terça-feira, 29 de setembro de 2009

Será que agora acreditam?

Eugênia sempre dizia que não ia fazer isto ou aquilo porque estava no fim da vida.
Ah, pra quê comprar um edredon novo? Já estou no fim da vida.
Imagina que eu vou fazer implante dentário? Aguento mais um pouco. Já estou no fim da vida mesmo.


Se isso costuma ser indício de depressão, desmotivação ou simples conformismo não sei. Só sei que Maria Eugênia dizia sempre o mesmo. Mas a moça tinha outro motivo: era totalmente hipocondriaca. Acreditava sim no fim próximo.

Trabalhava nos correios e estava todos os dias com essa fala na ponta da língua para quem quisesse ouvir. Dor aqui, dor ali ... "_ai como eu sofro ..."
Falava isso há tanto tempo e tantas vezes, que quem ouvisse de passagem poderia estranhar ao reencontra-la viva, um mês ou dois depois.

_ Mas não é que a moça do Correio ainda está viva, Euclides? Sim, aquela que pensamos estar doente porque não parava de dizer que estava no fim da vida ... Está vivinha da Silva, Euclides.


Mas e a morte?

Eugênia sempre dizia que mais cedo ou mais tarde ela iria acontecer. Iria parar direto no caixão.
Os amigos, já não a convidavam para nenhum programa a longo prazo. De tanto falar parece que ficou na mente de todos que não adiantaria "programar um programa" porque talvez Eugênia não fosse durar até lá.

E também, do que adiantaria convidar? Ela sempre tinha uma duas ou tres doenças acontecendo ao mesmo tempo. Não iria com certeza à nenhum compromisso, a pobre.


Até que a vida findou-se mesmo.

Morreu alguns meses depois de ganhar na Mega Sena. Dinheirão. Disseram que foi difícil receber o premio. Parece que o RG estava muito velho e com manchas de xarope. Ai meu santo.

Após ganhar o prêmio, Eugênia ficava em seu apartamento comprando algumas coisas pela internet e fazendo seu estoque de materiais no quartinho dos fundos.

Rica e morta. Parece que a morte esperou Eugênia ficar rica, para enriquecer também. Enriquecer sua lista negra. Desgraçada.

Só sei que foi assim. No dia do enterro, os convidados e amigos ficaram sabendo o que tanto Eugênia comprou durante seu mês de riqueza.

Faixas, coroas, banners, santinhos e sua lápide. Todos traziam os mesmos dizeres: " _ E então amigos, será que agora acreditam?"

Mulherzinha rancorosa.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pede passagem, pede.

Murilo sempre passava muita raiva no transito.
E quase sempre pelo mesmo motivo: gente que vem no maior "pau", na rua ou estrada, dando farol e seta na faixa da esquerda e pedindo passagem igual louco.

Uma vez foi um executivo playboy. Deu farol. De novo. E outra vez.
Que saco, pensou Murilo. Afinal, ele estava dentro do limite e sabia que um pouco mais à frente havia um radar. Mas não queria sair da faixa da esquerda porque as outras estavam muito lerdas. E tinha pressa.
O playbas lá - acho que tinha mais pressa ainda. Farol e seta. Seta e farol.
Murilo saiu da frente, fazer o quê? Mas que raiva.

Uma outra vez foi o Opalão preto. Sabe quando o cara finge que é da polícia e manda ver naquela sirene móvel comprada na Stª Efigenia? Murilo se deparou com um desses. O Opalão vinha há uns 160 km por hora. Certeza. E certeza também ia entrar na sua traseira se ele não tivesse dado passagem.

Mas no dia em que ele sentiu o sangue nos olhos foi com a Kombi cheia de freiras. Essa foi na Sena Madureira. Depois que acabou foi até engraçado. Mas na hora deu raiva pra valer. As freiras vinham feito loucas pela avenida.

Buzinavam e andavam fora da faixa delas. Murilo achou que estavam sendo perseguidas. Mas depois de assistir o jornal das 20h ficou sabendo do caso na integra. As freiras costumavam passar por ali sempre. E todo mundo sempre se esquivando das amalucadas.
Elas tinham costume de beber muito vinho nas missas. Um pouco mais do que Jesus conseguiria multiplicar.

Murilo sempre dizia para a namorada o que faria a respeito se tivesse muito dinheiro.
Parece que o ouço daqui:
_ Olha, Darlene (Darlene era conhecida por servir bem para servir sempre), se eu tivesse grana eu ia arregaçar meu carro nesses caras que tem essa mania de costurar no transito igual loucos e que ficam fechando a gente! Ah eu iria.

Dinheiro para pagar consertos ele teria. E para detonar quantos carros quisesse também. A idéia era só dar o troco para aquele bando de motoristas de Domingo.

Murilo jogava várias vezes por mes na Mega Sena. Em quase todos os jogos.
Um dia ganhou. E não teve dúvida com o que ia fazer com 15% da grana: comprou carros.

Sim, carros. O dinheirão é dele e ele faz o que quiser, are baba.

Comprou 07 carros usados e blindou.
Fora a camada de vidro inquebravel, Murilo brincou de customização: mandou colocar por fora dos carros vários espetos de aço com as pontas voltadas para fora.
Nos pneus mandou grudar canivetes que espetariam até a alma das suas canelas, se você passasse do lado. E atrás, colocou canos de ferro cilindricos. Uns 15.

Isso feito, foi pras ruas. Cada dia com um carro. E ficou só esperando. Na faixa da esquerda.

Passou um mauricinho louco com seu Audi brilhando. Farol e seta. Murilo só freiou. SCATAPLAF. Nunca se viu uma frente de Audi tão cheia de furos redondos. Até onde sei eram só 4 aros. Sorte do mauricio que a Audi ama air bags.

No dia seguinte a mesma coisa. E no outro dia e no outro, e assim Murilo deu o troco a quase todo mundo. Foram seis dias, seis carros blindados estourados e seis trocos bem dados.

Mas faltavam as freirinhas.
Murilo ficou à espreita. Quando viu a bendita Kombi branca cheia de hábitos marrom escuro, não se segurou. A Kombi veio encostando, saindo da faixa, encostando, e mais, e mais ... POW! Encostou.

Nunca se viu um pneu emitir um som tão alto ao explodir.

Murilo tomou o cuidado de fazer a coisa de forma a só dar um susto na freirada. Ninguém se machucou.

Mas dizem as más linguas que até hoje, se você procurar bem no meio fio, corre o risco de achar um ou dois terços.
To chocada.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O golpe da Neoskin

Paula tinha muitos pelos no corpo.
Que coisa ruim. Muito pelo no corpo nunca é agradável, a menos que você esteja falando de abraçar uma girafa de pelucia. No inverno.

Mas Paula tinha um plano. Conhecer os serviços da nova rede de depilação à laser do Brasil: Neoskin. Esse tipo de serviço é caro mas vale a pena. Aceita cartão, tá ótimo.

Foi logo entrando na primeira clinica que encontrou. Era bonita. Sofás e paredes traziam cores alegres de verão. Verão sem pelos.

Atendimento bacana, dermatologista de plantão.
Fez contrato de 12 sessões nas pernas, axila e virilha. E estava feliz da vida.
Primeira aplicação realizada, foi-se embora contente. Contente e melada, tanta pomada passaram nos locais da aplicação. Mas vale. Oh se vale.

Feliz e contente ficou uns 15 dias depois, quando todos os pelos cairam. Ai que alegria! Nem se podia crer. Mas a dermatologista avisou: Paula, querida, isso é ilusão. Esses pelos vão voltar a crescer e só vai se livrar mesmo deles após a 10 aplicação. Ai não voltam mais.

Ok. Mas naquele dia mesmo colocou um micro biquini e foi pra praia. Queria mostrar o que não tinha: pelos.

A cada sessão os pelos caíam e depois voltavam mais finos. Mas ainda tinha bastante.

O fato é que lá pela terceira sessão Paula começou a sentir dificuldade para marcar suas consultas. As atendentes da clinica sempre diziam que as maquinas estavam quebradas, e só no mês que vem talvez a situação voltasse ao normal.

Mas foi assim por 8 meses. Marca, desmarca, marca, desmarca.
Com as clinicas fechando as portas, não foi só Paula que ficou sem atendimento.

Ligava para a empresa, e nada. Ia na porta de uma; fechada. De outra; fechada também.
Viu na internet que a tal Neoskin já havia dado o mesmo golpe no Mexico, e agora pelo jeito, estavam fazendo isso no Brasil.

Em Agosto todas as unidades Brasil já tinham fechado de vez. Os contratos em aberto de atendimento? Não sei não. Por quê? O certo seria ressarcir os consumidores?
Ah, sim, e o coelhinho da Pascoa vai te trazer o quê ano que vem?

Mas Paula ficou lá. Sentada, peluda e p. da vida.
Olha, mais p. do que peluda.
Mas menos sentada.

Levantou, e foi à loterica.
MEGA SENA na cabeça.
GANHOU.

Divulgou para os 4 cantos que havia ganho na Loterica e que em nome dos ex clientes Neoskin ela resolveu pegar 15% da grana e investir na compra das unidades que estavam fechadas.
Ia levantar a empresa e ainda ganhar uma grana.

Tentou por 3 meses ir atrás do responsável pelo tal golpe para fazer uma oferta mas nada. A pessoa já devia estar nas Ilhas Caimann pelo jeito.

Anunciou no jornal, revistas, TV.

Até que um dia, envolta pela proposta indecorosa da grana, eis que surge, BELTRANA DA SILVA, a empresária mais odiada pelas peludas de plantão. A f. da mãe que deu o golpe da Neoskin.

Paula marcou reunião para tratar da negociação da rede de depilação à laser.
Segunda feira, meio dia.

Ás 13h00 a polícia chegou ao local, numa ação previamente combinada com e por Paula.
Beltrana da Silva saiu da sala roxa. E algemada.

Paula? Hoje já não tem mais um pelo no corpo, amiga. Se tratou com uma das dermatologistas mais TOP de Miami. Inclusive mudou-se para lá.

Mas deu o troco na Neoskin.

OBS. Esse texto foi escrito para os que assim como eu, caíram no golpe da Neoskin. Utopia? Não sei ... talvez somente uma idéia que possa um dia ser usada.

http://vitimasdaneoskindobrasil.blogspot.com/2008/12/as-mquinas-quebradas-da-neoskin.html

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sob nova direção.

Cecília trabalhava há quase 6 anos na Sacoo.
Sua chefe se chamava Alvara.
Já começa pelo nome esquisito.
Sua outra esquisitice fora o nome é ser TO TAL MEN TE bipolar.

Para Ceci, trabalhar para Alvara era terrível.
Precisa, logo trabalha.

Já espalhou tanto curriculo que não sei como ainda não mudou de emprego.
Aliás, sei sim.
Ceci tem tão pouca sorte que quando telefonam para ela convidando para uma entrevista de emprego, quase sempre o evento cai em um horário impossível para desculpas.

Uma vez pediram que comparecesse à entrevista na hora do almoço. Até então seria fácil.
Mas justo nesse dia Alvara apareceu com dois tickets alimentação, dizendo que precisavam conversar sobre um projeto novo de um cliente.
E lá se foi mais uma oportunidade de se livrar da louca.

Alvara era assim: louca de doer.
No final da manhã de terça feira estava bem humorada que só. Brincalhona, sentou no chão da empresa e discutiu números comendo uma tangerina.
Falou do passado e de como seu pai lidava com o medo de formigas. Quando falou da mãe ficou um pouco chateada. Chorar não chorou, porque isso ninguem nunca viu.

Já por volta das 15h30, voltando do almoço de 3 horas de duração, Alvara chegou apavorando. Já na recepção ao ser abordada pela secretária que queria apenas passar um recado, surtou geral:
_ Estou com tendinite, gente. Dá pra vocês falarem rápido comigo? Se não for importante por favor não falem nada. Não perguntei nada para vocês.

Quando entrou na sala, Ceci sem saber da mudança de humor foi logo perguntando: E seu almoço, Alva? Foi bom?
Ouviu o que não queria: _ Ceci, por acaso te devo satisfação de alguma coisa? Você está entendendo? Ceci, você está entendendo ou não? Dos problemas do cliente cuido eu. Entendeu?

Sim, Cecilia sempre entendia.
Mas continuava sem entender.
Louca, é a mãe.

Pior foi o final dessa tarde. Passando novamente pela secretária, teve outro surto bipolar e saiu gritando: _ Cleide, por acaso você vai me esconder os recados? Olha, estou muito chateada com o seu trabalho. Se não serve para passar os recados então para que serve? Por que não me passou os recados quando cheguei? Passasse por e-mail, sei lá.

Sim, louca era a mãe.

Mas a vingança é a ultima que morre.

Um pouco atrasado, eu sei, mas chegou o grande dia para Ceci!
Num dos momentos que conseguiu escapar por 10 minutos havia ido à loteria e arriscado uma fézinha.
E GANHOU. Cecília finalmente estava prestes e se livrar da bipolaridade ambulante.
Mas se livrar era pouco. Queria dar o troco.

Um mês e meio de negociações depois, Cecília anunciou: Havia comprado a empresa concorrente e feito uma proposta de compra da empresa em que trabalhava.
Na fusão, seriam únicos naquele negócio. Trabalhavam com produção de embalagens plásticas de arroz. Nesse segmento, somente existiam as duas empresas no país.

Cecilia comprou a empresa (a oferta que fez à diretoria foi irrecusável).

A Sacoo e a concorrente, agora eram dela.

A única coisa que se soube depois, é que com a nova fusão, todos os cargos de chefia da Sacoo foram substituidos pelos profissionais da ex concorrente. E quem decidiu isso foi Cecília.

Sem ter quase nenhuma oportunidade no mercado, afinal seu trabalho era muito específico, não se soube mais muita coisa de Alvara depois da tal fusão.

A ultima pessoa que a encontrou, ninguem sabe se é verdade, disse que a viu saindo de um instituto de psiquiatria avançado.

Sei lá. Imaginei que se um dia ela entrasse em tal lugar, não conseguiria mais sair.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

What are you doing, seu trouxa?

Viviane estava no Twitter.

Pra quem não sabe o que é o Twitter dou a dica (procura no Google porque ele vai te explicar melhor que eu. Agora, se não sabe o que é Google aí você me desanima).

O fato é que Viviane estava lá. No Twitter.

Perfil meio indefinido. Um pouco de humor e um pouco de administração de empresas que era a sua área.

Tres meses de Twitter e tinha só 70 seguidores. Postava quase todo santo dia e pra cada 5 posts ganhava um novo adepto. Ufa, era suado viu?

Sonhava em trabalhar como humorista e fazer stand up.
Área concorrida. Mas ela queria.

Só sei que tinha semanas que Viviane ganhava 15 seguidores. Em outras perdia 15.
Que sofrimento do cão segurar esse povo na sua página.

Todos os dias entrava no You Tube bem cedo e arrumava algum video novo BOM pra caramba. Postava. Mandava o link. NADA. No máximo deixava de perder um ou dois followers.

Foi a primeira brasileira a postar a danada da última foto de Michael vivo. NADA. Passou a ser seguida pela @Sexmachine. Fora isso, tudo continuava igual.

No final estava assim: ganhava um e perdia 7.

No dia em que GANHOU NA MEGA SENA estava com 43 followers.

Com raiva (na alma) do povo que a deixou de seguir, assim que recebeu a grana do prêmio fez sorteio de um Land Rover de 400 mil entre os poucos admiradores de sua obra que ainda estavam lá, fiéis.
Depois disso (e sabiamente fez DEPOIS) contratou um blogueiro dos bons pra divulgar o sorteio que havia sido feito na manhã do mesmo dia. Super boca a boca. Com direito a viral e explosão no You Tube.
Em 40 minutos estava no Trending Topics : #VivianeLandRoverBrazil.

Depois, antes de abandonar de vez a tão atual rede social, comprou o perfil do Tas e do Luciano Huck.

Começou a postar no perfil deles e prometeu que quando chegasse ao primeiro milhão de fiéis nos dois perfis sortearia outro carro. Dessa vez um Jaguar.

Foi parar no primeiro lugar do Trending Topics em menos de meia hora.

Followers 1.000.000! Recebeu até e-mail especial cheio de estrelinhas direto do Twitter.

Seu próximo post antes de cancelar as contas dela, do Tas e do Huck:

TROUXAS DE PLANTÃO; NEM SEMPRE O DINHEIRO COMPRA TUDO.
O MEU COMPRA, O SEU NÃO. Estou indo pra Europa. E você? WHAT ARE YOU DOING?

domingo, 5 de julho de 2009

Mês que vem eu volto!

Todo santo mês, Sr. Fausto entrava na loja de carros novos e semi-novos da esquina.

Com seu terno já meio surrado mas ainda alinhado, se arrumava bem e ia.

Os vendedores já o conheciam havia um bom tempo.

Entrava, já com cara de desdém, ia de carro em carro.

Algumas vezes, um vendedor novo, sem imaginar o motivo de os outros passarem a vez, ia se apresentando:

"_Bom dia/boatarde/boanoite, meu nome é Marcos, em que posso ajudar?"

Sr. Fausto olhava o rapaz, de cima à baixo. E de novo. E mais uma vez. Nem responder respondia.
Quando respondia, era mal educado:

_ Olha meu rapaz, ajudar você até ajudaria se pudesse encontrar aqui na loja um carro bom para mim. Estou cansado de vir à esta loja e nada de novidades e nem de carro bom. Só lata velha (salve Luciano Huck).

Os vendedores já nem faziam mais questão. Mas principalmente Olavo.
O mais antigo vendedor da loja já estava de saco na lua por conta do homem.
Ah, muito tempo de loja né? Muitas visitas do Sr. Fausto. Desde que Fausto ainda não era nem Sr.

Quando o supervisor da rede estava na loja, Olavo era obrigado a atender Sr. Fausto. Dizia o supervisor que cliente difícil tem que ser atendido pelo mais antigo vendedor, assim a venda fica mais fácil.

Não sei de nada. Só sei que quando Olavo via Sr. Fausto já começava a suar. ODIAVA ter que atender o velho.

Após tantas visitas regulares, os vendedores achavam que na verdade, Sr. Fausto não tinha era grana para o carro.

Se tivesse, já teria se interessado por algum, afinal, era uma visita por mês e nada. Só insultos. E oras bolas, algum carro teria interessado o homem que visitava a loja há uns 8 anos no mínimo. Mas nunca assumiu interesse real por algum veiculo.

Motivos? Nenhum que me convença.

Uma hora era a nova cor do Peugeot. Imagina, cinza manitoba. Nunca! Depois rala o carro por aí e como é que se acha essa tinta de cor nova? Ah, não!

Voyage relançado? Ah, o quê é isso? Não se respeita mais a nostalgia. Virou carro de bacana. Bons tempos quando tinha o meu ...

E essa frente nova do Gol? Não senhor. Gol era bom mesmo antigamente. Agora tá mais pra carro importado. E carro importado chama muita atenção. Peirgoso. Mês que vem eu volto!

E voltava mesmo.

"_Olha, não venderam o Jaguar ainda né? Algum defeito deve ter esse carro. Nunca sai."

Apesar de todo o desprezo pelos carros da loja, todos sabiam que no fundo, o coração velho do velho batia mesmo era pelo Jaguar. Uma relíquia. Bonito que só. Preto. Imponente. Os vendedores já haviam perdido a conta de quantas vezes o homem havia entrado no carro.

Todos reparavam que a vontade era de levar o Jaguar pra casa. Mas não dava pra confidenciar que a grana não daria. Tinha que existir alguma desculpa esfarrapada: "_Ah, se eu não tivesse rinite alérgica, eu levava esse. Vou ver se passo no alergologista e faço um tratamento. Apesar de que esse carro mais parece uma banheira de luxo ... Bom, mês que vem eu volto!"

O caso é que nada de comprar nunca.

O pior era a falta de educação do velho. Tratava a equipe e os carros todos com desdém. Olavo já havia brigado umas 3 vezes com o homem. Se segurou umas 18 mas bate boca mesmo só 3.

Tanto Olavo quanto Fausto jogavam frequentemente na Mega Sena. Olavo até viu um dia o outro na lotérica. Chegava a torcer por ele para que até que enfim, quem sabe, o homem pudesse entrar na loja e realizar a tão esperada compra.

Mas quem faturou mesmo a bolada, em um belo dia de sol, foi Olavo, o vendedor.

Não hesitou.

Simplesmente comprou a loja com o estoque todo dentro.

No final do mês lá vinha ele. Com seu terno surrado, mas nem tanto.

Quando Sr. Fausto chegou na porta da loja, um cão começou a latir sem parar.
Estranhou o portão fechado e a placa: Propriedade Privada - Proibida a Entrada Não Autorizada.
Mesmo assim tocou a campainha. DIN DON ... DIN DON.

Quem aparece para abrir a porta é Olavo.

Sorridente, foi logo abraçando Sr. Fausto: "_Fausto, Fausto, como vai? - Veio ver se até que enfim conseguimos algum carro bom o suficiente para você não é?"

É uma pena, homem, mas a loja já não existe mais. Agora é toda minha.

Sim, Fausto. Comprei a loja inteira e agora ela virou estacionamento para meus carros todos.

Larguei a vida de vendas porque já to cheio da grana ... E lembrei muito de você quando comprei a loja. Pensei: POXA, ACHO QUE VOU DAR ESSE JAGUAR AQUI PARA O FAUSTO.

Mas depois lembrei: MALDITA RINITE. Não vai dar. Que pena.
Peguei a carcaça do bicho e um arquiteto de renome e montei uma BANHEIRA DE LUXO lá na minha casa nova. Ficou bom viu? Até que você tinha razão!

Nesse dia Olavo dormiu tranquilo.
Quem não dormiu foi Fausto. Mas que repensou sua forma de ver a vida, ah isso fez.

domingo, 28 de junho de 2009

Expedito, cabra safado.

Expedito era um cabra tão safado que não sei não.

No seu emprego, cobrador de ônibus, ele com certeza conhecia muita mulher.
Sua melhor cantada era encostar o bilhete que destravava a catraca para a mulherada bonita passar sem pagar. Depois disso, dizia com gosto: "_ Depois tu me paga como puder, princesa."

Afffffffff ....

No seu ônibus não valia a máxima do "mulher bonita não paga mas também não leva". Levava sim.

Falando assim não parecia, mas o infeliz era casado.

Passeio com a esposa? Quase nenhum.
De vez em nunca, levava a mulher ao CTN (Centro de Tradições Nordestinas).
Mas não gostava não, porque lá muitas vezes acabava encontrando com alguma princesa do ônibus. Aí ficava chato. Tinha que fingir que não viu.

A esposa, moça humilde, trabalhava em casa de família e criava 5 filhos.

No dia que contou pra Dito que estava grávida do 5 filho (assim chamava o marido desde que se conheceram, no ònibus), nada aconteceu.
Primeiro o cabra nada de chegar em casa. Esperou a tarde toda e parte da noite. E nada.
Quando chegou, foi logo dizendo que a culpa era sempre do transito infernal e da viagem que "tive que fazer a mais, porcausaque Laércio faltou. Tive que substituir e nem vou ganhar a mais porque o mês já fechou. Acredita muié?"

"_Acreditar não sei se acredito não seu cabra safado. - E ontem? De tanto chegar atrasado daqui a pouco o Laércio vai ser demitido. Mas e você hein? - Acredita que tô prenha de novo? Você trate de se ajustar agora, homem!"

"_Calma, mulher! Brigue não princesa. To ajustado.
Demorei ontem porque parei ali pra conversar com o Tião do Trem. O dono "das lotação" aqui do Campo Limpo. O cara tá separado, muié. Tava tomando umas com o parceiro."

"_Dito, vc não me tira do sério não que to prenha. E você lá é parceiro do Tião em quê hein?'

"_Poxa, mulher."


Mas o casamento rolava assim há 13 anos. Os filhos agora já não eram mais tão pequenos. Tinham de 5 a 12 anos.

Mas acho que pra Zete, o pior de tudo mesmo, era a adoração que o danado do marido tinha pela banda Bundinha do Forró.
O Bundinha era formado por 4 pistoleiras (isso na visão da mulher, claro) que ficavam dançando de shortinho em tudo o quanto era programa da tarde. No verão e também no inverno! Era Faustão, era Gugu. Era Netinho de Paula. As desgracentas iam onde o povo estava. Até show no CTN já tinham marcado pra Julho.

E o desgramado do marido não perdia uma foto e nem uma reportagem da banda.

Naquela tarde de terça, sei lá por qual motivo, Zete resolveu jogar na Sena.
E ganhou. Mas por algum motivo achou que não era a hora de contar ao marido.
Esperou.

Marizete ficou Junho todo acertando a vida.

1 - Foi à Caixa receber a bolada.
2 - Convidou Tião do Trem para uma conversinha de negócios.
3 - Cortou cabelo, alisou. Na dúvida botou também um alongamento de responsa. Cacheado.
4 - Passou na concessionária e encomendou um dos carros mais caros. Nacional, mas os olhos da cara.
5 - Foi ao CTN e comprou camarote VIP para o show do Bundinhas do Forró. Comprou o camarote todo, apesar de que usaria apenas dois lugares.
6 - Aquele show ia ser bom. O maridão merecia.

AH, se merecia.

No dia do grande show e já toda arrumada Marizete olhou no relógio: 7 horas, 8 horas, e nada do marido, que já era para estar lá desde às 15h, afinal, fazia o turno das 7h da manhã até 14h.

Mas já sabia que o desgramado ia aparecer em casa por volta da madrugada, dizendo que ficou de papo furado com Tião ou que teve que cobrir Laércio.

Mas ok. Já estava com tudo armado.

Pegou tudo o que era do marido e encheu 12 sacos de lixo dos grandes. Jogou tudo pra fora da casa e trocou a fechadura. Tudo isso fez durante a tarde. Antes da manicure, afinal, não ia estragar as unhas.

Quando era 21h00 ela chegou à porta do CTN.
Estava bonitona mesmo. Parecia até uma estrela. Parecia até uma dançarina do Bundinhas do Forró.

Fora ser o dia do show, era dia de festa junina no CTN.
Avistou o marido de longe enquanto chamava o povo do correio elegante.

"_Toma lá meus filhos - entrega alí pra aquele desgraçado. NÃO, aquele alí. Do lado. Isso. Aquele."

"QUERIDO DITO, SEU CABRA SAFADO. GANHEI NA MEGA SENA. TÔ TE VENDO AQUI NO SHOW. LIGUEI NA SUA FIRMA E O LAÉRCIO FOI TRABALHAR NORMALMENTE. O TRANSITO NA CIDADE ESTÁ ZERADO.
E O TIÃO DO TREM NÃO PODE ESTAR AÍ COM VOCÊ PORQUE ESTÁ COMIGO. AQUI NO CAMAROTE VIP.

PS. Nem adianta voltar pra casa porque já troquei as chaves. As cópias novas dei pro Tião do Trem. Aliás, não foi só isso que dei pra ele não e com parte da grana virei sócia nas lotação.
Inté manezão."

sábado, 20 de junho de 2009

QUE PENA - ELA NÃO ACORDOU AINDA...

triiimmmm triiiimmmmm.
ALÔ ... AI CLEUZA, QUE PENA, ELA AINDA NÃO ACORDOU.
PERAÍ, DEIXA EU VER.
tac - abre a porta do quarto e o tom de voz, logicamente fica mais alto ainda.
AI CLEUZA, ESPERA UM POUQUINHO: _ MARINA, VOCÊ ESTÁ ACORDADA? É A CLEUZA.

Bom, mesmo que não estivesse antes, agora estava.

Quase todos os dias a mãe de Marina praticava esse exercício contra a solidão - acordar a filha. Motivo? Tinha não. De graça.

A moça, que trabalhava por conta própria, quando estava sem emprego fixo, ficava de madrugada na internet até altas horas e dormia tarde. Consequentemente acordava tarde. Ou ao menos gostaria de.

Mas quase todo dia era a mesma ladainha. A mãe ia abrindo a porta, com tudo, e falando bem alto. Às vezes falava ao telefone dentro do quarto, contava a vida, e no fim saía falando bem alto e prometendo - Ah, ela está dormindo ainda - te liga quando acordar.

Pior do que essa cena, era quando, com a menina acordada pela falação, a mãe saía do quarto dizendo: Ah, você ainda está dormindo né? Dorme mais um pouco - está cedo ainda.

Ou seja, acordava a menina só pelo prazer de acordar.
Ou seja nº2 - camisa de força pra velha.

Marina já havia feito de tudo. Dormia com a porta do quarto fechada para evitar o barulho dos pais pela manhã.
Por causa dessa mania, já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha brigado com a mãe.
Explicou, falou, quase desenhou.

Mas nada da senhora entender que isso era mesmo muito ruim.

Resolveu trancar a porta do quarto.
E adiantou? Na primeira vez que trancou a mãe bateu bateu bateu. Até que sonolenta a moça levantou, abriu a porta e a velha aliviou: _Oi filha, você está dormindo? Só estranhei essa porta trancada e achei que tinha acontecido alguma coisa. Ah, volta a dormir então.

MAS QUE DIACHO PODERIA ACONTECER NO MEIO DA NOITE? Algum sequestrador ou tarado solitário, sem mais nada de interessante pra fazer teria entrado sabe-se lá por onde no quarto da moça, e se trancado com ela para dormirem abraçados de conchinha?
AH, FAÇA-ME O FAVOR.

Da segunda vez que Marina tentou a estratégia da porta trancada foi pior.
A mãe muito da esperta resolveu ligar no celular da moça. Um toque nada. A moça acordou mas não acreditou no que estava acontecendo. Quando viu o celular apitando a palavra CASA realmente pensou em chamar o sanatório móvel, uma perua velha que sai por aí recolhendo gente pirada na rua. Mas lembrou que a pessoa pirada em questão não estava na rua.

Atendeu. A mãe com um sorriso que se podia sentir do outro lado: Ah, você tá acordada? Que susto. Por quê a porta está trancada? Vem comer - fiz pão de linguiça.

Após ganhar um prêmio acumulado na Mega Sena, Marina pensou em contratar: um sanfoneiro, um tocador de triângulo, 2 repentistas, 2 músicos com gaita de fole e a bateria da Vai Vai com mais 6 passistas.
Deveriam entrar no quarto da mãe por um mês, às 4 da manhã, todos os dias.

Mas pensou melhor e resolveu investir a grana em um apartamento de cobertura em Moema.
Só pra ela, onde acorda com o cantar dos passarinhos. Mais amor e menos rancor.

VOCÊS ACREDITAM SE EU DISSER QUE ESSA HISTÓRIA É quase VERÍDICA?

Tão verídica que ganhou um video ilustrativo do Evangelo do
http://evangelosacchi.blogspot.com/

OBRIGADA !!!!!

domingo, 14 de junho de 2009

O casamento da boazuda.

Cátia desde sempre gostava de chamar a atenção.
Para isso, já que não era lá muito linda, se escondia por baixo de muito batom, roupa justa, botas altas e perfumes fortes.

A vida inteira Cátia fez questão de concorrer com as amigas pelo posto de "a boazuda da turma".
Disputou homens a tapa, com todas, durante toda a juventude.
E disputava com maior vigor com Ana Carolina.

Mas justo Ana, que era a mais quieta da turma? Ana não ligava muito de não ficar com os caras mais lindos da noite. Se conhecesse alguém legal, ok. Se não, ok também. Sem problemas. Claro que sonhava em namorar, noivar, casar, mas não importava tanto a beleza exterior. E não tinha pressa.

O negócio é que como tinha que ser a primeira em tudo, um dia Cátia pegou o primeiro que passou e resolveu se casar. Bonito, bonito, não era. Nem alto, nem rico. Nem charmoso. Talvez tenha sido simplesmente o único que a aturou por mais de 3 noites.

Ainda assim, fazia questão de jogar na cara de Ana que era uma pena, mas achava que a outra ia mesmo ficar pra titia. Que pena Aninha não ter conhecido alguém ainda, porque ela, Cátia, logo mais teria filhos e o tempo estava passando né?

Chegou um dia a dizer à amiga que não ficasse triste e que muita gente fica sozinha e mesmo assim feliz.

Chamada para ser madrinha, Ana esperou alguns dias para aceitar.

Cátia humilhava Ana com essas histórias de vez em quando. Durante os 10 anos de amizade aconteceu mesmo várias vezes. Mas também tiveram muitos momentos legais.
Por conta desses momentos é que Ana ainda ficava ali, firme e forte ao lado da amiga.

E durante esses 10 anos Ana namorou, terminou, namorou outro, terminou. Mas não conheceu ninguém interessante de verdade. Preferiu, ao contrário da amiga, esperar mais um pouco para se amarrar de vez a alguém. Decidiu que casaria quando a pessoa certa aparecesse e não porque estava na hora.

Quem ouve isso tudo pensa: mas essa Ana nunca vai revidar não?

REVIDOU, quando ganhou na mega sena.

Ligou primeiro para as amigas e contou que iria dar o troco em nome de todas e que era para não faltarem ao casório.

Ligou para Cátia, aceitou o convite e disse que não se preocupasse com o padrinho porque ela estava saindo com alguém e iria levá-lo.

No dia do tão sonhado dia, convidados, noivo e padrinhos a postos, entra Ana.
Estava bonita.
Mas bonito mesmo era o acompanhante.

Ana usou 15% do prêmio para contratar Rodrigo Lombardi (vulgo RAJ - novela das 20h da Globo), como seu acompanhante, por 02 meses, que era pra dar veracidade ao fato.

E a noite de estréia do casal por aí foi justamente no casamento.

Frente ao boca a boca que se formou na porta da igreja, 98% dos convidados se viraram para ver o casal.
Nem a marcha nupcial e nem o decote do vestido da noiva conseguiram tamanho Ibope naquele dia.
A própria quando entrou não conseguiu olhar para outro lugar.
Ao ser perguntada se aceitava o noivo como seu legítimo esposo, ficou inevitável a comparação. E repensou. Mas disse sim. Afinal, era o que tinha para hoje.

Pior foi durante a festa. A fila para cumprimentar os noivos era, sem exagero, 1/20 do tamanho da que se formou para conseguir um autógrafo do galã.
Que valsa que nada! O ponto alto da festa foi a dancinha indiana que o moço fez com Ana e todos tentaram imitar.

No final do baile, ainda atordoada, Cátia puxou Ana de lado e foram ao banheiro.
" _ Como é que você não me conta isso, ANA??? Você está namorando o RAJ??? To chocada. E aí, fala alguma coisa!!!"

E Ana falou baixinho, em tom de desabafo.
"_ Ana, conheço o Rodrigo há alguns meses. Apesar do sucesso, ele está muito triste com seu casamento e procurando alguém desesperadamente.
Estamos saindo mas não achei ele tudo isso não ... pensei algumas vezes em te apresentar, mas como você estava tão feliz, não quis estragar o noivado.

BOM, MAS AGORA É TARDE, NÉ FOFA? Os casais estão formados. Hihihi.

Beijos mil, já vamos. - E gritou - Rô, pede nosso carro?

Naquela noite nenhuma das mulheres presentes conseguiria dormir.
Muito menos Cátia.
Muito menos Ana.
E menos ainda os paparazzi. Por dois meses.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O reality show do mercado publicitário

Lançaram um NOVO reality show.
A tal novidade alega ter somente "celebridades" entre seus participantes.

UAU ... Só CELEBRIDADES presas em uma fazenda. Tirando leite, cuidando da roça, acordando com as galinhas (o que não é bem uma novidade, vamos combinar?).

Na verdade, verdade mesmo, são 14 pessoas, mas só um dos homens é conhecido. Tanto por sua fama de galã da Globo, quanto pelas repetidas aparições nos programas de jornalismo sensacionalista, quase sempre bêbado, socando alguém.

Fora ele, todos estão desculpados por estarem no programa. Afinal, o que mais "Francielly sei lá o que" poderia fazer a essa altura do campeonato, para ter um pouquinho de fama? Para mim ela já conseguiu, quando no dia de estréia do programa afirmou: "_Mesmo estando em uma fazenda, vou me arrumar e produzir toda, afinal, os porquinhos e vaquinhas também merecem ver gente bonita." NO COMMENTS, PLEASE.

Não vou mentir - assisti o programa duas vezes. Um dos participantes, ao vivo, chamou a eliminação de PAREDÃO.
Nada se cria, tudo se copia.
E por isso, paga-se um preço alto.

Falando em preço alto, também quero ter um reality pra chamar de meu.

Para ver o circo pegar fogo, dentro de um assunto que me agrada, montaria hoje um programa desses só com profissionais da área de publicidade. Quem pensou no Aprendiz, ERROU. A idéia desse é qual ego participante aguenta mais tempo junto dos outros.

O valor de 15% da Mega Sena seria necessário para comprar a mídia de divulgação.
Começando a divulgação, o patrocinio seria vendido, e assim dariamos andamento "aos trabalhos".

Como prêmio ao vencedor, 1 milhão de reais. Essa quantia está na moda e também equivale ao lucro final de uma concorrenciazinha média.

Do público (formado basicamente por quem tem contato com o mercado publicitário), primeiro viria o desinteresse (AI, QUE SACO, MAIS UM REALITY?)
Depois, o interesse.

Seria bacana juntar pouca gente, mas de funções distintas: 1 atendimento, 1 dono de agência, 3 estagiários, 1 cliente, 1 diretor de arte, 1 fornecedor e 1 consumidor. Todos fechados por 3 meses dentro de uma agência.

Na porta da "firma", primeiro dia do programa, todos desligando seus celulares com acesso à internet.
Infelizmente, os viciados em Twitter e MSN, assim como blogueiros de plantão estariam "na roça". Logo na entrada todos são revistados para ver se nenhuma plaqunha 3G entrou sem ser convidada.

Na primeira semana só festas com bastante comida e bebida. Só diversão. Menos para os estagiários que além do cafezinho, teriam que aprender a fazer feijoada light, strogonoff de camarão e patê de foie gras. Não é fácil agradar nem a um dono de agência e nem a um cliente.
Ainda bem que alguém me avisou: Olha, Karina, o trabalho é árduo - coloque mais estagiários. No hora do aperto, são eles que dão o duro.

Na segunda semana começariam os problemas.

O atendimento foi pego chorando no "confessionário" agarrado à sua carteira de clientes. Talvez com saudade dos suntuosos almoços, torrando verba da agência com os diretores de marketing, quase sempre sem trazer nem um concursinho cultural em troca.
Alguns disseram que o motivo do choro pode ter sido causado pela briga com o diretor de arte. Não duvido - pode ser sim. Há quem complete: "_Pobre homem chorando como criança. Coitado gente, ele só não entendeu a defesa do logo e terá que apresentar mais à noite ao cliente. Não sejam ruins ..."

O fornecedor, como sempre, não entregou no prazo uma tarefa que lhe foi solicitada. Pena, foi para o paredão.
Seu adversário - o consumidor, que no meio de tanto ego não estava entendendo nada e acabou sendo o mais votado.

Não tenho muita idéia de quem venceria o programa. TALVEZ, quem sabe, o diretor de arte - essa raça quando não é arrogante, é muito gente boa, bem humorada e criativa, E pode ser que o público, apegado, não votasse nele.

Com pouca ou nenhuma popozuda do funk, talvez não fosse o programa mais assistido da TV brasileira, mas pra mim, mais interessante do que ver a "ex mulher samambaia" cozinhando milho, seria.

Ah, se seria.

sábado, 30 de maio de 2009

O homem sabonete

Jean Mattos era o que chamam de empreendedor.

Começou com 2 quiosques em Santos, e hoje estava com eles e mais as 8 lojas nos shoppings de São Paulo.

O produto? Sabonete. De todos os tipos, cores, aromas, consistencias, etc. Os clientes nem precisavam se esforçar muito para localizar as lojas e quiosques - Jean costumava dizer: é só seguir o cheiro.

Se tem uma coisa que Jean sabia fazer era administrar. Passava para ver como as coisas estavam ao menos uma vez por dia em cada loja.

Funcionários? Ao todo eram 70. Trabalhavam bem, mas os salários não eram lá grande coisa. O povo trabalhava lá enquanto não tinha outra opção.
E uma coisa era certa - todo mundo, funcionário ou ex funcionario, tinha ao menos uma história pra contar de Jean. Geralmente não era boa.

Teve por exemplo o Pedroza. Esse era um dos melhores vendedores da rede.
Os gerentes costumavam dizer que esse vendia sabonete até para quem não tinha pele. Mas como pele todo mundo tem, aí é que ele vendia mesmo.

Mas um dia um concorrente o chamou. A oferta era boa: gerente. Sem saber se devia ir ou não, foi conversar com Jean Mattos.

Esse prometeu mundos e fundos para que ficasse. Não Pedroza, pelamordejesuscristinho - disse Jean. Logo o Natal se aproxima e não posso perder meu melhor vendedor. Fique que te pago mais 10% de comissão em cima de todas as vendas da loja no final do ano. Pelas minhas contas isso vai chegar a 6 mil só de bônus. Fique, vamos.

Pedroza ainda relutou um pouco mas se convenceu. Melhor um pássaro não mão que dois voando. Com esse aumento faria bonito no Natal da família. Jussarinha até que enfim ganharia a tal bicicleta e a mulher poderia nao só consertar a geladeira como comprar outra se quisesse. E disse sim - diga ao povo que fico!

Ficou, vendeu até a mãe naquele final de ano. Mas receber o tal bônus - nunca recebeu.
Disse não ao cargo de gerente no outro emprego a troco de nada e em abril foi demitido sem receber nem os direitos. Fdp esse Jean.

Com a Mirna foi parecido. Vendedora - 1 ano de casa. Do nada, Jean colocou a mulher como gerente. Mirna, durante suas férias, ligava para a loja para ver o dia certo que deveria retornar. Ninguém sabia dizer. Tentava falar com Jean - nada. Não atendiam. Na loja às vezes o povo disfarçava, mudava de assunto, perguntava o que ela havia feito de bom nessas férias.
Uma hora Mirna se cansou. Foi à loja. Entrou e deu de cara com o novo gerente.
Do nada, tinha sido demitida.
Assim como o Pedroza - até hoje não recebeu.

Há quem brincasse dizendo que Jean Mattos escolheu esse produto para trabalhar por se identificar com ele. De tão escorregadio, Jean ganhou um apelido de seus funcionários - homem sabonete. Por escorregar dos assuntos sérios, pedidos, solicitação de férias, de troca de turno, etc. Era bom de conversa, mas tinha vários processos nas costas.
Era um funcionario atrás do outro colocando a "firma no pau".
Também, era uma mancada atrás da outra.

No mais, sobre Jean, mais uma coisa marcante: o homem tinha uma alergia à pimenta, como nunca se viu. Às vezes, percebia se um dos funcionários havia comido algo apimentado só de conversar com ele, porque mesmo com um pouco de contato, já ficava empipocado.

Foi parar no hospital algumas 4 vezes atendendo clientes recém saídos do restaurante mexicano da praça de alimentação. Era algo impressionante a tal alergia, tanto que chegou a ir 3 vezes a programas de TV para contar seu caso e à mais de 15 alergologistas, sendo 2 fora do país.

O pobre homem sabonete nunca conseguiu se curar.

Sabendo disso foi que Aninha, uma das ex funcionárias mais antigas, quando ganhou na Mega Sena, soube logo o que faria com 15% da sua grana.

Além da idéia que já estava na sua cabeça, começou a convidar os amigos para juntar-se a ela:

Convidou Pedroza para vendedor e Mirna para ser gerente do primeiro espaço. Aninha fez questão de comprar logo de início 10 espaços em frente às 10 lojas de Jean.

E foi assim que na frente de cada loja de Jean, surgiu no começo do ano passado a mais nova rede de quiosques do Brasil: Pimenta&Cia. Todos os tipos de pimenta em um só lugar.

Ouviram dizer outro dia, que por nao poder mais ir às lojas para ver como andam as coisas, Jean colocou a rede à venda.

Mas pode ser só intriga da oposição.



terça-feira, 26 de maio de 2009

A mais concorrida do mercado: Agência Packlin

Estou em uma fase estranha. Acho que essa idéia que me deram para esse post caiu bem.
Achei que ficou um pouco grande, mas você tá com tempo mesmo ... então chega junto!

Diz a lenda que um produtor de eventos finalmente ganhou na mega sena.

Os produtores fazem parte da célula que mais trabalha em uma agência. Sei porque fui produtora durante muito tempo e pude trabalhar em eventos bem complexos.

O produtor não dorme, não come, vira a noite VÁRIAS vezes na produção de um mesmo evento.
Trabalha sábado domingo e feriado.
É ele o responsável pelo evento inteiro. Todo mundo só tem o telefone dele ... É quem contrata, administra fornecedores, trabalha durante o pré evento, durante e no pós. Ou seja, se tem uma pessoa que não troca de turno durante a produção um evento inteiro, esse é o produtor.

Inclusive, uma vez me disseram que estamos falando da segunda profissão mais estressante do mundo. A primeira é controlador de voo.

Costumo dizer que o evento pode sair redondo: pode ser por exemplo uma convenção de vendas com duração de 05 dias incluindo malha aérea, hospedagem, traslados, refeições, atividades de lazer, brindes, shows, recreação, passeios, festas, cenografia, luz, som, segurança, limpeza, buffet, recepcionistas, staff, palestrante, plenaria, crachás dos participantes, mestre de cerimonia, festas temáticas, UFA !

Pode tudo sair perfeito, NINGUÉM vai dizer uma palavra de parabéns ou agradecimento.
MAS se UMA das 500 camisetas coloridas produzidas vier manchada, A CULPA É DO PRODUTOR, burro, não serve nem para conferir camisetas ou escolher um bom fornecedor de silk.

É assim que costumo definir o trabalho de um produtor de eventos.

Mas a idéia de TULIO PACKLIN, o produtor ganhador da Mega Sena, era simples. Depois de ver sua conta bancária explodir, ele decidiu montar a mais moderna e bacana agencia de eventos do mercado.
Virar dono. Que bacana. Ele merecia.

Dois meses depois, no mercado publicitario e de eventos não se falava em outra coisa: a abertura da Agência Packlin, a mais nova aposta do mercado.

O tal produtor divulgou a agência muito bem. A mídia caiu matando pra saber quem era essa nova agência que já nascia grande e pagando altos salários.

O fato é que Tulio fez questão de telefonar pessoalmente para alguns de seus ex-colegas e oferecer de 2 a 3 vezes o salário de cada um para contratá-los.

E foi legal isso porque conseguiu juntar, na Agência Packlin, 45 pessoas, de todas as áreas necessárias para o funcionamento de uma agência grande. Estranho porque todos tinham ao menos 2 coisas em comum: já haviam trabalhado com Tulio, e em quase todos os casos, tinham contribuido, de uma forma ou de outra, para a demissão dele ou má fama em alguma agência ou cliente antigo.

Tinha o Andrade, que era de TI e se recusou uma vez a desenvolver um sistema para uma promoção online de um cliente muito importante. Terceirizar saiu bem mais caro e o cliente ficou p. da vida. Esse virou Gerente de Projetos de TI na Packlin.

Como diretor de atendimento contratou o Bira, que trouxe a equipe toda. A contratação de toda a equipe não foi barata, viu?
O Bira era diretor de atendimento e conheceu Tulio havia uns 6 meses, em uma agência grande. Chegava nos eventos, algumas horas antes de começar, e, vendo o Tulio (ACABADO, SEM DORMIR E NEM COMER), sempre dizia: _Nossa, Tulião, vai pra casa tomar um banho ... você está com uma cara horrível.
Para o Bira era fácil estar com cara boa - passado a noite no Bahamas com o cliente até ele estaria.

Tulio fez questão de contratar a equipe inteira do Bira, inclusive as meninas do atendimento. Ele nunca soube o que elas diriam se o visitassem horas antes do evento, porque sempre estavam na massagem ou fazendo a unha.

Mas ok. O fato é que agora eram 45 funcionários em uma nova agência. A mais concorrida do momento.

_ Vamos dizer que o que passou passou, gente. Agora é bola pra frente! - dizia Tulio, para animar a galera na primeira reunião geral.

Túlio esperou as agências que foram "abandonadas" por estes profissionais contratarem para todas as vagas que ficaram em aberto.

Nisso se passaram mais 2 meses e a segunda reunião geral foi convocada.

Túlio entrou na sala de reunião e sentou-se.
Todos já estavam lá.
Disparou o tiro certeiro sem mira laser:

"_ Agradeço por terem vindo para a minha agência há 3 meses e acreditado em mim.

Mas gostaria que tivessem acreditado em mim há anos atrás.

Agora que todo mundo aqui já perdeu a chance de voltar para seus antigos postos, nas antigas agências, declaro que está todo mundo demitido.
Ah, sei lá, cansei de brincar de ter agência.
Já trabalhei muito na vida e acredito que com certeza trabalhei mais horas corridas do que todos vocês juntos.

Espero que aprendam a não se prostituirem por salários altos, espero que parem de julgar o trabalho dos outros antes de conhecer melhor cada função.

Assim como também espero que possam se recolocar o quanto antes, porque eu, felizmente, não preciso mais pensar em trabalho.

Bye bye."

(e saiu, levando consigo as chaves do Santa Fé e da casa da Riviera, e a recepcionista, porque afinal, era tão bonita que ele acabou perdoando pelos recados não dados durante a produção do ultimo job)



domingo, 24 de maio de 2009

A nova mulher do pai

Esse blog surgiu do conceito de ganhar dinheiro para poder "dar o troco", "humilhar", etc..
Mas como eu já disse aqui, não necessariamente se precisa de dinheiro para tanto.

Já que a insônia me empurra para o computador, lembrei de contar uma humilhação que ouvi por aí ... ouvi, modifiquei e escrevo aqui senhores, porque achado não é roubado.

Eis que o pai, já devidamente separado da mãe, me resolve arrumar outra.
Assumir, assumir mesmo, ninguem viu o homem fazer - mas que ele já tinha uma namorada era fato. Ao menos era o que achava a filha mais nova.

Namorada não sei, mas o homem tinha era uma ex mulher e duas filhas. Nem grandes nem pequenas. Nem criadas nem crianças. Talvez 16 e 20 anos.

Poxa, o pai ainda era novo. Tinha lá os seus 47. Achei que merecia uma nova chance. Mas as filhas não acharam não. Principalmente a menor.

Até agora não sei ao certo se a menina tinha razão. Mas rezava a lenda, que a tal namorada existia sim e era bem bruaca mesmo. Não deixava que o pai atendesse telefonemas das meninas após às 9 da noite, arrumava viagens perto das datas comemorativas da familia, falava mal das tias que ainda não conhecia e não era muito chegada em banho (como é que a menina saberia disso?).

De verdade nunca viram o pai com ninguem e nunca viram a tal moça. Podia mesmo ser só imaginação.

Desconfiada do novo compromisso do pai, a filha mais nova resolveu ir almoçar com ele aos sábados. Inventou essa moda para ter mais tempo de procurar vestígios da outra no carro do pai.

Todo sábado era a mesma lenga lenga. O pai parava o carro na porta da ex casa, a menina entrava. Comiam quase sempre rapidamente e no mesmo restaurante. Depois, acostumado a encher o tanque no mesmo lugar, na volta sempre parava e pedia ao frentista: _Completa aí chefe, que eu vou lá no caixa pagar!

A menina esperava impaciente que chegasse a hora do posto de gasolina, que era quando o pai tinha que descer do carro pra digitar sua senha do cartão de crédito, e lá ia ela remexer, vasculhar o carro pra ver se encontrava uma prova do namoro.

Todos os sábados eram assim, mas naquele dia a danada deu sorte. Abriu o porta luvas e lá estava ela - a prova que precisava.
Um relógio novinho feminino caréssimo ainda dentro da caixinha e com laço de fita vermelho.
Ela não teve dúvida. Na hora da raiva, e tendo que tomar uma atitude rapidamente, tirou o relógio da caixa, abriu a porta do carro e esfregou o mostrador com força no chão até ficar bem riscado. Não sei direito o preço da peça, mas devia ser cara porque nessa hora alguns brilhantes correram para perto do pneu traseiro.
A menina colocou o relógio riscado de novo na caixinha Gucci, guardou no porta luvas e pronto. Voltou à sua posição.

Motivo, de verdade, pra descobrir se o pai tinha ou não namorada não existia.
Queria mesmo era só esfregar a situação na cara do pai para ver a reação dele.
Mas aquele devia ser um presente especial. Talvez até o pai fosse pedir a moça em casamento ou algo do gênero. Ah, mas não iria mesmo!

A irmã mais velha, também costumava sair com o pai mas não tinha muita vontade de saber os segredos dele, até porque também tinha os seus.
De vez em quando iam tomar um café no shopping só para conversarem um pouco. Teve até um dia que falaram bastante da mãe, e ela percebeu que o pai ficou um pouco emocionado. Talvez porque o Natal estava próximo e o pai sempre se emocionava nessa época.

Em um desses dias, na volta, depois de descer do carro correndo gritou ao pai: _ "PAI !!!! Me dá então o relógio que comprou para a mamãe? Estava quase esquecendo de pegar contigo - OBRIGADA - ela vai adorar o presente! "

(Affffff ....)

terça-feira, 19 de maio de 2009

E se a Maisa ganhasse na Mega Sena?

De tanto assistir aos vídeos da Maisa na internet (Maisa puxa peruca do Silvio, Maisa chorando parte I e II entre outros), e precisando escrever no Blog, achei que o tema era pertinente.

Quando falo "precisando" escrever no blog, não pensem que faço por obrigação. Gosto bastante.
É que com essa infinidade de informações disponíveis na net hoje em dia, os sites viraram Tamagotchis. Se não alimentados, morrem.

O negócio é que me veio a idéia: O QUE A MAISA PODERIA FAZER PARA HUMILHAR SEU SILVIO COM 15% DO PREMIO (ou até mesmo sem gastar).

Maisa, meu docinho de coco, vão aí algumas opções:

A menina poderia por exemplo comprar horario em emissora concorrente, encontrar uma criancinha menor ainda que ela (com o mesmo espírito adulto, digamos assim) e tomar todo o Ibope pra si, so entrevistando essa outra criança.
Dependendo do humor dela, quem sabe se fantasiar de monstro e espalhar cameras baixas pelo estudio para quando o menino saísse correndo.

Ou então ela poderia somente rasgar seu contrato com o SBT e ir dar entrevista no Programa do Jô.

Uma outra idéia é que ela se oferecesse para participar de um especial do Globo Reporter sobre implantes de cabelo e a evolução das perucas contando seu depoimento.

Ou participar de um especial do Globo Reporter sobre violencia infantil também contando seu depoimento.

Outra idéia seria ela voltar para o programa Raul Gil (que foi quem a descobriu na TV), e chorar ao pedir perdão por ter trocado de emissora e ao pedir sua vaga de volta.

Poderia também passar uma tarde inteira em um desses programas estilo Luciana Gimenez ou Sonia Abraao acompanhada de um terapeuta, um representante da vara da infancia e juventude e um advogado.

Quem sabe o que mais essa menina poderia fazer ...

Esse post é bom pra você comentar.
Me ajuda aí: Como a menina Maisa poderia humilhar seu patrãozinho, oooiiiiiiiii ?

Vai pra lá, vai pra lá!

domingo, 17 de maio de 2009

Presuntinho chefe no BBB

Não gosto de gente que fica atrás de você vendo o que está fazendo, digitando ou acessando.

Não é de hoje que não gosto e sei que você não gosta também.
No ônibus acontece muito.
Lugar onde a pessoa não tem o que fazer, SEMPRE acontece.
Você abre um jornal ou uma revista e tá lá o sujeito, sentado do seu lado, praticamente deitado com o rosto no seu ombro à procura de assunto. E procura no seu jornal, claro.
Pior quando você vai virar a pagina, SIMPLESMENTE PORQUE JÁ ACABOU DE LER, e a pessoa quase que no desespero estica mais o pescoço para terminar com rapidez o final do assunto/matéria.

Ah, que humilhante.

Falei do ônibus mas quero mesmo é chegar no tão amistoso e familiar ambiente de trabalho.
Sabe que nas buscas do Orkut no quesito EU ODEIO, o mais é citado é: "Gente atrás de mim no PC".

Pudera.
Coisa chata.

Pense naquele seu chefe com cara de presunto, que tem mania de surgir feito cobra de faquir atrás de você, bem sorrateiro, no meio da tarde (que é justo quando você tá twittando algo só seu que pode até te levar pro Jô).

Eu sinceramente não sei de onde ele sai.
Não sei como ele chega sem barulho algum.
Só sei que você pode trabalhar das 9 da manhã às 9 da noite. Mas se parar para ver seus e-mails pessoais ou uma foto do Marcio Garcia de cueca por 1 minuto; saiba - é nessa hora que a cobra presunto vai aparecer.

Faz assim: Com essa minha idéia seu chefe vai virar celebridade e te deixar em paz.
Primeiro, claro, tem que jogar na Sena.
Jogou, tem que ganhar.
Ganhou, então agora você compra um videowall e manda instalar na Paulista, sexta feira final do dia.

Agora você tem que dar um jeito de mandar instalar cameras na casa do cobra presunto.
Banheiro, suite, quarto de empregada.
E uma especialmente virada para a tela do computador dele, 24h por dia.

Uma semana de filmagem deve ser o suficiente para uma edição de vídeo incrível.

Feita a edição, e aproveitando todo o resto da população que busca diversão gratuita no final de semana (e adora ficar olhando o que o outro tá fazendo), você aperta o play!

A Av. Paulista vai virar um grande cinema no estilo Meu Chefinho Big Brother!

E é claro, já que você vai estar rico mesmo, não custa nada distribuir algumas cervejas para o povão, que é pra dar mais Ibope.

Colocar o vídeo no you tube e enviar o link para todo o escritório vai ser obrigatório - não vou nem citar. Pode chamar de: O que o presuntinho chefe faz, quando ninguém tá vendo ...

Se ele não aprender, ao menos duvido que continue entrando em salas de bate papo às 3 da manhã com o nome de Sabrina 18.

Bj, me twitta!

PS - Obrigada João, pela dica do assunto de hoje!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Humilhando e plantando, e seguindo a canção ..

Essa é verídica.
A pessoa que me contou é amiga da amiga do amigo do tio ... talvez nem seja real.
Mas o que vale é a intenção.
OBRIGADA PELA CONTRIBUIÇÃO! VOCÊ NÃO EXISTE!

Diz a lenda, que tudo aconteceu em um condomínio de luxo em uma cidade do interior de São Paulo. Aqueles que a pessoa assina a escritura e volta pra casa dizendo que comprou uma chácara.
Só que esse era TOP mesmo. Só os "filhos dos donos" que a gente costuma ver por aí compravam terreno lá devido ao alto custo de cada lote ...

Uma das compradoras resolveu emprestar o terreno para os avós morarem. Na verdade o avô, que já era bem velhinho e gostou muito da idéia de se mudar para um lugar agradável e cheio de verde como era lá.

Velhinho morando lá - tudo legal - de tão feliz, resolveu usar uma pequena área do terreno para fazer uma horta. Vamos deixar claro que a horta era para consumo próprio e definitivamente o homem não revendia para o Ceasa.
Alí ele colhia manjericão, salsinha, alecrim, 2 tipos de pimenta e só.

Vida boa, tranquila.
Tudo bem, até a aparição do vizinho, um senhor rabugento e sem assunto que não gostou da horta do velho. Gratuitamente não gostou.

Pensou em reclamar à administração e chegou a olhar o contrato. Mas nele as regras eram claras. Tão claras que nem se enxergava regra alguma - não havia restrição nenhuma tanto em relação à construção das casas, quanto à plantio, desde que um vizinho não ultrapassasse o terreno do outro.

O vizinho não se conteve. Contratou um trator (com a desculpa de fazer algum trabalho no seu terreno) e mandou passar por cima da horta do avô.

Bom, virei fã da neta do homem, que quando soube do ocorrido, simplesmente COMPROU outros QUATRO terrenos próximos, ainda à venda, que formavam um U. O terreno dela (onde o avo morava) e o do vizinho, ficavam localizados lado a lado na base do U, se a explicação fosse assim feita sem mapas. Os outros quatro nas laterais. Dois de cada lado.

Terrenos comprados, chamou um caboclo da região com alguns ajudantes e deu ordem para limparem e plantarem desde cana de açúcar até milho nos terrenos recem adquiridos.
O avô é claro ganhou nova horta, que devido ao tamanho do resto das plantas até sumiu, a pobre.
Pela localização dos terrenos e das plantações, o vizinho acabou perdendo totalmente a visão que tinha - mesmo quando se olhava dos comodos mais altos.

Tres meses depois ele se mudou. Vendeu o terreno. Vai ver não aguentou a linda vista para o milharal e o espantalho - posicionado bem em frente à casa dele.

(PS. A parte do espantalho não tenho certeza de ter ouvido ... mas o que vale é a intenção.)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Manicure pegando e dando troco.

Vi uma humilhação neste sábado que saiu barato.


Estava na manicure e ao meu lado outra cliente sendo atendida.
A linda viu em cima dos esmaltes um tubo de drops que era da manicure, que muito educada, ofereceu: Então cliente, aceita uma balinha pra adoçar a vida?

Hoje em dia pra atender bem, puxar o saco do cliente é uma.
Achei na verdade que foi só educação mesmo. Mas a cliente aceitou.
A bala tinha recheio - o que a cliente chamou de gosma nojenta.

Ok.
Unha feita, a maledeta da cliente fez as contas: R$ 24 reais mais uns R$ 2 de gorjeta. Juntou as notinhas do monte que trazia na calça e entregou à manicure.
Serviço pago, levantou e foi.

Até aí normal.

Chegou na porta, cara de quem esqueceu algo, voltou, enfiou a mao no bolso de novo, tirou mais uma nota de R$ 1, chamou a manicure e entregou dizendo: " _ Vê se da próxima vez compra uma bala melhor" - E arrematou: "Bala ruim. Fica comprando essas de 50 centavos e ainda tem coragem de oferecer ".

Eu fiquei chocada.

Pior que a danada saiu rindo alto, em tom de cumplicidade, como se tivesse feito novos amigos e a melhor piada do ano. Trofeu stand up tragedy pra ela.

Estive pensando até agora em como ajudar a manicure na humilhação.
A melhor coisa que pensei foi na cena do proximo capítulo:

Cliente chegando, já sem o esmalte e com a unha lixada pra facilitar.
Quando chega na porta do salão percebe que não existe mais salão.
No lugar foi montada uma loja de balas importadas. Todas as cores e sabores. Do mundo.

Entra para ter certeza de que seus olhos não "vendo coisas".
Dá de cara com a manicure, agora vestida num tubinho de seda da Daslu.

CLIENTE, querida .... Que bom te ver!!! Quero agradecer muito a sorte que me passou.
Acredita que apostei na Mega Sena com aquele 1 real que me deu e GANHEI?
Acredita querida?? Então pensei muito em você e resolvi, antes de embarcar pra Europa, montar uma rede de lojas de balas importadas nos bairros e shoppings mais TOP de SP.
Obrigada também pela idéia de investimento.
Aproveitei exatamente o que me disse ... "_ Pegue esse 1 real e compre balas melhores".
Só tenho a agradecer.

Seria uma boa humilhação, talvez. MAS prezados leitores, não podemos desmerecer também a tal cliente, que no sábado passado me deu boas lições de economia.

Afinal, eu fico aqui torrando uma grana que nem ganhei ainda (15%) e a feladamae manda tamanha humilhação em horario nobre no salão (sabado à tarde) gastando apenas R$1.

Assim você me desautoriza, queridinha .... rs.

sábado, 9 de maio de 2009

Como humilhar alguém usando a gripe suína

Na verdade estou com dor de dente.
Já tem uns 2 meses.
Minha dentista já fez 3 canais nesse dente e jura de pé junto que não tenho mais nada.
Mas ESTOU COM DOR DE DENTE, caramba. A dor está aqui - mesmo com todas essas juras.

Gosto dessa médica - além de boa profissional é muito boa gente. Mas dor de dente deixa a gente louca.

Ontem no consultorio, esperando minha vez para entrar, pensei que com 15% da mega sena, compraria espaço nas mídias mais populares do México e divulgaria a seguinte frase:

DENTISTA BRASILEIRA DOA 1.000 PASSAGENS IDA E VOLTA PARA O BRASIL E DIZ QUE QUER ATENDER O POVO CARENTE MEXICANO GRATUITAMENTE.
PS. Sem marcação de horário, e sem uso de máscara, porque não quer sujeitar ninguém à humilhação.

Retire aqui a sua.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Como o BLOG surgiu?

O blog surgiu foi de um desabafo. Há 4 dias atrás.

Estava trabalhando em uma concorrencia para as ações da temporada de inverno de Campos do Jordão, para uma das maiores empresas de telefonia celular do Brasil, ou seja, PROJETÃO 100 slides.
Estava na agencia, ACABADA, junto com mais 3 colegas tb acabados sem dormir e nem comer há horas.
Foi quando alguem lá do fundo da sala lançou essa - SE EU GANHASSE NA MEGA SENA IA MANDAR TUDO ISSO AQUI PRA AQUELE LUGAR .... GASTANDO SÓ 15%.
E aí começou.
Não seria necessario mais de 15 porcento da grana pra realizar o sonho de cada um ali.
O atendimento achou que se ganhasse o premio, iria decretar a lei cidade limpa em Campos, e aí nem a operadora de celular e nem o vendedor de lenha iam poder sequer colocar plaquinha na porta. Se ninguem anunciasse, a gente iria poder dormir naquela noite. Mas ela disse que ia doar parte da grana pro dono da agencia. Até porque se ninguem anunciasse, a gente estaria perdendo tempo se cadastrando na Catho e não fazendo piada.

O outro planner ia simplesmente mudar o nome de uma vila de inverno super chic no Capivari pra BOB MARLEY VILA DE INVERNO. Voce já imaginou que Sao Tomé das Letras Campos ia virar ...

E por fim, a outra, dona de uma grife ainda não muito conhecida, cansada de pedir pelo amor de Deus pra todo mundo ir na festa de lançamento da marca, pagando entrada de R$10 (grana que depois seria revertida para a criação da nova coleçao de verão) - essa foi mais pratica. Ia mandar uma nota de 10 pra cada um que perguntou se podia colocar nome na lista porque era amigo de fulano ou beltrano. A nota, claro, já enrolada, pronta pra uso, com um bilhete que dizia ... bom ... dizia .... ih, deixa, vai.

Nessa hora o atendimento surtou geral. De tão empolgada com o poder da grana subindo pela cabeça, buscou no google uma foto do zé pequeno e colocou de fundo de tela. Disse que dali pra frente, ia viver de usar o termo: Caralh ..., meu nome é Zé Pequeno, tá ligado?

Depois disso fui pra casa trabalhar de lá. Achei que Kassab + Bob Marley + Ze Pequeno não eram boa combinação.

Só sei que tudo isso rendeu o Blog.

Todos os dias, pense COMO E QUEM EU HUMILHARIA HOJE, COM 15% DA MEGA SENA.
E pede ajuda. Criatividade e maldade a gente tem. Manda sua história e a gente publica as soluçoes de humilhação.

E você? Simplesmente se não colocar a gente nos favoritos, pego meus 15% e gasto fazendo selos pra colar em todos os orelhões do pais com seu nome e o texto - Felina dourada - faço tudo e muito mais. Zero onze, trinta ...

Meu nome é Karina Corsi, planner em agencia de eventos, e dj de house fino nas horas vagas. E eu só sei que a gente vai se divertir aqui. E que em pouco tempo, com a sua ajuda, vou pro Jô.

A Proposta do Blog

- Ah, se eu ganhasse na Mega Sena... Mandaria todo mundo pr’aquele lugar!


Você já deve ter ouvido esta frase varias vezes, principalmente no trabalho. Você já deve ter dito esta frase varias vezes! E não só no trabalho.


Mas, pensa bem. Mandar o povo se f..., virar as costas e sair pra nunca mais voltar, não seria la uma grande vingança. Claro que você viraria assunto por um tempo - tanto por ter se tornado um milionário quanto pelo xilique - mas isso não teria nenhum impacto sobre você. Afinal, você já teria picado a mula. E só viraria assunto mesmo, pois, todos seguiriam suas vidas como vinham seguindo.


Assim, mesmo se subisse na mesa e xingasse até o chefe do seu chefe, todos os anos de humilhação, as ideias brilhantes surripiadas, as propostas irrecusáveis engavetadas, as promoções que não vieram, os malditos tiques dos seus colegas de trabalho que não deixavam você se concentrar... Tudo isso ficariam encerrado em um instante de espasmo.


Então, já que você é um milionário agora, que tal empregar parte da grana que ganhou para humilhar aqueles que pisaram em você durante todos esses anos? E que tal fazer isso de uma maneira planejada? Afinal, vingança ainda é um prato que se come frio. E este blog está aqui para te ajudar!


Acreditamos que um trabalho bem feito deve considerar pelo menos 15% do prêmio. Quanto dá isso? Bem, num concurso acumulado como há poucas semanas que pagou 36 milhões ao ganhador, você teria mais de 5 milhões para ir à forra. Em um concurso não acumulado, você teria que se contentar com uma vingança mais modesta, mas, mesmo assim, impactante!


Nas próximas postagens, vamos apresentar como empregar bem os 15%. Tem sugestões? Manda pra gente!