sexta-feira, 5 de junho de 2009

O reality show do mercado publicitário

Lançaram um NOVO reality show.
A tal novidade alega ter somente "celebridades" entre seus participantes.

UAU ... Só CELEBRIDADES presas em uma fazenda. Tirando leite, cuidando da roça, acordando com as galinhas (o que não é bem uma novidade, vamos combinar?).

Na verdade, verdade mesmo, são 14 pessoas, mas só um dos homens é conhecido. Tanto por sua fama de galã da Globo, quanto pelas repetidas aparições nos programas de jornalismo sensacionalista, quase sempre bêbado, socando alguém.

Fora ele, todos estão desculpados por estarem no programa. Afinal, o que mais "Francielly sei lá o que" poderia fazer a essa altura do campeonato, para ter um pouquinho de fama? Para mim ela já conseguiu, quando no dia de estréia do programa afirmou: "_Mesmo estando em uma fazenda, vou me arrumar e produzir toda, afinal, os porquinhos e vaquinhas também merecem ver gente bonita." NO COMMENTS, PLEASE.

Não vou mentir - assisti o programa duas vezes. Um dos participantes, ao vivo, chamou a eliminação de PAREDÃO.
Nada se cria, tudo se copia.
E por isso, paga-se um preço alto.

Falando em preço alto, também quero ter um reality pra chamar de meu.

Para ver o circo pegar fogo, dentro de um assunto que me agrada, montaria hoje um programa desses só com profissionais da área de publicidade. Quem pensou no Aprendiz, ERROU. A idéia desse é qual ego participante aguenta mais tempo junto dos outros.

O valor de 15% da Mega Sena seria necessário para comprar a mídia de divulgação.
Começando a divulgação, o patrocinio seria vendido, e assim dariamos andamento "aos trabalhos".

Como prêmio ao vencedor, 1 milhão de reais. Essa quantia está na moda e também equivale ao lucro final de uma concorrenciazinha média.

Do público (formado basicamente por quem tem contato com o mercado publicitário), primeiro viria o desinteresse (AI, QUE SACO, MAIS UM REALITY?)
Depois, o interesse.

Seria bacana juntar pouca gente, mas de funções distintas: 1 atendimento, 1 dono de agência, 3 estagiários, 1 cliente, 1 diretor de arte, 1 fornecedor e 1 consumidor. Todos fechados por 3 meses dentro de uma agência.

Na porta da "firma", primeiro dia do programa, todos desligando seus celulares com acesso à internet.
Infelizmente, os viciados em Twitter e MSN, assim como blogueiros de plantão estariam "na roça". Logo na entrada todos são revistados para ver se nenhuma plaqunha 3G entrou sem ser convidada.

Na primeira semana só festas com bastante comida e bebida. Só diversão. Menos para os estagiários que além do cafezinho, teriam que aprender a fazer feijoada light, strogonoff de camarão e patê de foie gras. Não é fácil agradar nem a um dono de agência e nem a um cliente.
Ainda bem que alguém me avisou: Olha, Karina, o trabalho é árduo - coloque mais estagiários. No hora do aperto, são eles que dão o duro.

Na segunda semana começariam os problemas.

O atendimento foi pego chorando no "confessionário" agarrado à sua carteira de clientes. Talvez com saudade dos suntuosos almoços, torrando verba da agência com os diretores de marketing, quase sempre sem trazer nem um concursinho cultural em troca.
Alguns disseram que o motivo do choro pode ter sido causado pela briga com o diretor de arte. Não duvido - pode ser sim. Há quem complete: "_Pobre homem chorando como criança. Coitado gente, ele só não entendeu a defesa do logo e terá que apresentar mais à noite ao cliente. Não sejam ruins ..."

O fornecedor, como sempre, não entregou no prazo uma tarefa que lhe foi solicitada. Pena, foi para o paredão.
Seu adversário - o consumidor, que no meio de tanto ego não estava entendendo nada e acabou sendo o mais votado.

Não tenho muita idéia de quem venceria o programa. TALVEZ, quem sabe, o diretor de arte - essa raça quando não é arrogante, é muito gente boa, bem humorada e criativa, E pode ser que o público, apegado, não votasse nele.

Com pouca ou nenhuma popozuda do funk, talvez não fosse o programa mais assistido da TV brasileira, mas pra mim, mais interessante do que ver a "ex mulher samambaia" cozinhando milho, seria.

Ah, se seria.

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