domingo, 24 de maio de 2009

A nova mulher do pai

Esse blog surgiu do conceito de ganhar dinheiro para poder "dar o troco", "humilhar", etc..
Mas como eu já disse aqui, não necessariamente se precisa de dinheiro para tanto.

Já que a insônia me empurra para o computador, lembrei de contar uma humilhação que ouvi por aí ... ouvi, modifiquei e escrevo aqui senhores, porque achado não é roubado.

Eis que o pai, já devidamente separado da mãe, me resolve arrumar outra.
Assumir, assumir mesmo, ninguem viu o homem fazer - mas que ele já tinha uma namorada era fato. Ao menos era o que achava a filha mais nova.

Namorada não sei, mas o homem tinha era uma ex mulher e duas filhas. Nem grandes nem pequenas. Nem criadas nem crianças. Talvez 16 e 20 anos.

Poxa, o pai ainda era novo. Tinha lá os seus 47. Achei que merecia uma nova chance. Mas as filhas não acharam não. Principalmente a menor.

Até agora não sei ao certo se a menina tinha razão. Mas rezava a lenda, que a tal namorada existia sim e era bem bruaca mesmo. Não deixava que o pai atendesse telefonemas das meninas após às 9 da noite, arrumava viagens perto das datas comemorativas da familia, falava mal das tias que ainda não conhecia e não era muito chegada em banho (como é que a menina saberia disso?).

De verdade nunca viram o pai com ninguem e nunca viram a tal moça. Podia mesmo ser só imaginação.

Desconfiada do novo compromisso do pai, a filha mais nova resolveu ir almoçar com ele aos sábados. Inventou essa moda para ter mais tempo de procurar vestígios da outra no carro do pai.

Todo sábado era a mesma lenga lenga. O pai parava o carro na porta da ex casa, a menina entrava. Comiam quase sempre rapidamente e no mesmo restaurante. Depois, acostumado a encher o tanque no mesmo lugar, na volta sempre parava e pedia ao frentista: _Completa aí chefe, que eu vou lá no caixa pagar!

A menina esperava impaciente que chegasse a hora do posto de gasolina, que era quando o pai tinha que descer do carro pra digitar sua senha do cartão de crédito, e lá ia ela remexer, vasculhar o carro pra ver se encontrava uma prova do namoro.

Todos os sábados eram assim, mas naquele dia a danada deu sorte. Abriu o porta luvas e lá estava ela - a prova que precisava.
Um relógio novinho feminino caréssimo ainda dentro da caixinha e com laço de fita vermelho.
Ela não teve dúvida. Na hora da raiva, e tendo que tomar uma atitude rapidamente, tirou o relógio da caixa, abriu a porta do carro e esfregou o mostrador com força no chão até ficar bem riscado. Não sei direito o preço da peça, mas devia ser cara porque nessa hora alguns brilhantes correram para perto do pneu traseiro.
A menina colocou o relógio riscado de novo na caixinha Gucci, guardou no porta luvas e pronto. Voltou à sua posição.

Motivo, de verdade, pra descobrir se o pai tinha ou não namorada não existia.
Queria mesmo era só esfregar a situação na cara do pai para ver a reação dele.
Mas aquele devia ser um presente especial. Talvez até o pai fosse pedir a moça em casamento ou algo do gênero. Ah, mas não iria mesmo!

A irmã mais velha, também costumava sair com o pai mas não tinha muita vontade de saber os segredos dele, até porque também tinha os seus.
De vez em quando iam tomar um café no shopping só para conversarem um pouco. Teve até um dia que falaram bastante da mãe, e ela percebeu que o pai ficou um pouco emocionado. Talvez porque o Natal estava próximo e o pai sempre se emocionava nessa época.

Em um desses dias, na volta, depois de descer do carro correndo gritou ao pai: _ "PAI !!!! Me dá então o relógio que comprou para a mamãe? Estava quase esquecendo de pegar contigo - OBRIGADA - ela vai adorar o presente! "

(Affffff ....)

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